27 de outubro de 2007

sininho

Uma das coisas que fazem um diferencial curioso em minha vida é que, ao contrário de muitos, eu conheci a minha tataravó!
Tataravó? Sim, sim - ou se preferir: a mãe da mãe da mãe da minha mãe!
Morreu de velhice, com quase cem anos (quando eu tinha uns sete, lembro-me muito bem dela).

Em compensação, minha bisavó (filha dela) morreu muito mais nova (ou melhor, menos velha! hehe) -, aquela mulher era um bicho danado, era o diabo em pessoa. Recordo-me do aperto nos últimos anos de vida, todos os esforços para salvá-la: os oito filhos correndo para tentar retribuir todos os sacrifícios de mãe que ela não havia feito por eles; talvez por mais horrenda a aparência desgastada e o aspecto de dor sobressaindo por cada tubo atravancado ainda não transparecesse aquela alma condenada, e o amor dos filhos dizia "salvem aquela mulher, apesar de tudo".

Uma coisa que me marcou muito foi que no último ano de visitas, ela já não tinha mais força para gritar, então havia sempre um sino de cristal ao lado de sua cama. Revelo que sempre tive um desejo por tocar sinos > os de igreja para sinalizar as horas, ou então num jantar de família para dedicar um brinde a alguém. Poxa, que tara que eu tinha por aquele sino de cristal... Queria tanto sair por aí, tocando-o, chamando a atenção e achando essa cena magnífica.
Quando a vó Ondina se foi, alguém levou o sino consigo. Mas hoje de manhã, eu achei um sininho, cuja existência eu nem recordava mais, dentro de uma caixa de sapato empoirada bem no alto do guarda-roupa para me consolar...

24 de outubro de 2007

De novo, um recomeço mais uma vez

Dizem que há na humanidade sete tipos de dons espalhados: cada pessoa possui pelo menos um deles mais aguçado - não estou lembrada dos sete agora, mas incluia como facilidade com matemática; decorar letras de música rapidamente; aptidão para idiomas estrangeiros; ter uma boa retórica; e até super sociabilização. Confesso não ter achado nenhum (não por ser alguém deprimente, mas por ter um pouco de facilidade em cada coisa), mas gosto de escrever bastante.
Escrever vai além do dom de utilizar as palavras certas enquanto arquiteta-se uma frase hipnotizante, ou um aviso banal. Claro que transformar mensagens simples em atrativos faz torná-las destaque, ou um alívio diante do bombardeio de conteúdos ao longo do nosso dia. Podemos captar a essência de uma pessoa através das palavras. São letrinhas que unem-se para formar palavras, separam-se por espaços para formarem frases, que são pontuadas para formarem orações, um comunicado que transparece a alma da pessoa.

Mas o que estou dizendo, afinal? Pff.. é só um blog, de mínimas pretensões !.