Uma das coisas que fazem um diferencial curioso em minha vida é que, ao contrário de muitos, eu conheci a minha tataravó!
Tataravó? Sim, sim - ou se preferir: a mãe da mãe da mãe da minha mãe!
Morreu de velhice, com quase cem anos (quando eu tinha uns sete, lembro-me muito bem dela).
Em compensação, minha bisavó (filha dela) morreu muito mais nova (ou melhor, menos velha! hehe) -, aquela mulher era um bicho danado, era o diabo em pessoa. Recordo-me do aperto nos últimos anos de vida, todos os esforços para salvá-la: os oito filhos correndo para tentar retribuir todos os sacrifícios de mãe que ela não havia feito por eles; talvez por mais horrenda a aparência desgastada e o aspecto de dor sobressaindo por cada tubo atravancado ainda não transparecesse aquela alma condenada, e o amor dos filhos dizia "salvem aquela mulher, apesar de tudo".
Uma coisa que me marcou muito foi que no último ano de visitas, ela já não tinha mais força para gritar, então havia sempre um sino de cristal ao lado de sua cama. Revelo que sempre tive um desejo por tocar sinos > os de igreja para sinalizar as horas, ou então num jantar de família para dedicar um brinde a alguém. Poxa, que tara que eu tinha por aquele sino de cristal... Queria tanto sair por aí, tocando-o, chamando a atenção e achando essa cena magnífica.
Quando a vó Ondina se foi, alguém levou o sino consigo. Mas hoje de manhã, eu achei um sininho, cuja existência eu nem recordava mais, dentro de uma caixa de sapato empoirada bem no alto do guarda-roupa para me consolar...
Tataravó? Sim, sim - ou se preferir: a mãe da mãe da mãe da minha mãe!
Morreu de velhice, com quase cem anos (quando eu tinha uns sete, lembro-me muito bem dela).
Em compensação, minha bisavó (filha dela) morreu muito mais nova (ou melhor, menos velha! hehe) -, aquela mulher era um bicho danado, era o diabo em pessoa. Recordo-me do aperto nos últimos anos de vida, todos os esforços para salvá-la: os oito filhos correndo para tentar retribuir todos os sacrifícios de mãe que ela não havia feito por eles; talvez por mais horrenda a aparência desgastada e o aspecto de dor sobressaindo por cada tubo atravancado ainda não transparecesse aquela alma condenada, e o amor dos filhos dizia "salvem aquela mulher, apesar de tudo".
Uma coisa que me marcou muito foi que no último ano de visitas, ela já não tinha mais força para gritar, então havia sempre um sino de cristal ao lado de sua cama. Revelo que sempre tive um desejo por tocar sinos > os de igreja para sinalizar as horas, ou então num jantar de família para dedicar um brinde a alguém. Poxa, que tara que eu tinha por aquele sino de cristal... Queria tanto sair por aí, tocando-o, chamando a atenção e achando essa cena magnífica.
Quando a vó Ondina se foi, alguém levou o sino consigo. Mas hoje de manhã, eu achei um sininho, cuja existência eu nem recordava mais, dentro de uma caixa de sapato empoirada bem no alto do guarda-roupa para me consolar...