27 de outubro de 2008

PT de O2

Sabe o que eu reparei? É que muita gente se sente um peixe fora d'água, sofrendo a falta de alguém muito próximo que pense de forma parecida, e que além de ter boas idéias, topasse as paradas que sugerissem na hora mais importuna.

Às vezes acho que encontrei a pessoa - mas quando há esse pacto invisível com outrem, ele é selado por um nó frouxo e vulnerável.

16 de outubro de 2008

Confissões

Eu durmo número de horas ímpar, para sentir que meu sono é um pouquinho mais saciado.

Para perguntas cujas respostas são ‘fazer’ ou ‘não fazer’, eu olho no relógio e decido se o último minuto é par ou ímpar.

Eu provo todos os alimentos que há no prato. Então eu começo pelo menos saboroso, e deixo o melhor pro final.

Eu quero – e vou – para a Rússia antes de entrar na Universidade.

Eu não sei girar moedas. Nem nadar, muito menos andar de bicicleta.

Eu enjôo quando ando de carro ou de ônibus. E também quando balanço na rede.

E dentre todas, a pior: Eu anseio por liberdade, sem saber o que é liberdade.

9 de outubro de 2008

Piuci

Fiz um piercing. Estou me achando a maloqueira malandra sexy do mundo das drogas agora.
Mas é um bem bobo, é aquele transversal, que atravessa a orelha.
Lembro quando eu tava na sexta série e vi o piercing de um cara do colegial que era muito lindo. aí eu falei 'ah um dia eu faço um desse'.

O melhor, é que com a distância glacial existente entre mim e meus pais, decidi não causar barraco em casa contado que o fiz - e com isso, notei que as pessoas (em especial, os dois) encostam DEMAIS na minha orelha! Eu nunca tinha reparado, mas quando meu pai me abraça, depois ele aperta a cartilagem que tem logo ali! hahaha
E minha mãe, a fria (isto vale a pena frizar), resolveu logo nessa semana vir cheia de amores e cafunés justamente no lado direito da minha cabeça.
Vai entender!

7 de setembro de 2008

Maturidade

Alguns perguntam por que este blog está às moscas.
Dentre alguns murmurinhos e cogitações sobre o fim que um dia teria que chegar, saio da garagem do meu prédio, atropelo alguns especuladores, até que freio o carro, abro o vidro com insul-filme e vejo três câmeras filmando meu óculos escuro. Apenas digo 'sim, provavelmente este é o fim' e pronto! Saio enquanto a galera do TV Fama corre para os estúdios da RedeTv para a edição da matéria.

Acontece que a cada dia a gente cresce um pouquinho e vai aprendendo certas coisas. Acho que não dá pra insistir em algo que já deu o que tinha que dar. Basta ver quem tem mais carisma sobre o público: Elvis ou Michael Jackson? Xuxa ou Maísa? (haha)
Se Elvis estivesse até hoje tentando gravar sucessos e aprontando todas pra aparecer na mídia, ele estaria pior que o Rafael Ilha. Michael é símbolo de gozação pra minha geração - e se ele tivesse morrido no final dos anos de 1980, com certeza seria um mártir da música em geral.

Portanto, como minha fase de 'auto-afirmação' como uma escritora de merda acabou, não vou mais imitar textos de ninguém e nem escrever sobre o que aconteceu comigo/meu estado de espírito - aliás, o blog foi bom até quando eu escrevia sobre memórias, e não sobre o que acontece com a minha vida.
(Aliás, isso me lembra que devo citar também que minha vida anda muito interessante, daria um filme até, mas não um bom texto pra postar, ninguém teria saco pra ler).

Agora, passarei a viver as outras fases de quem cresce e ganha cada vez mais um espaço no mundo. Afinal, há um bom tempo atrás eu deixei minhas bonecas de lado e me interessei por garotos, e até então brincava de blog e agora vou me interessar por outra coisa. Quem sabe festas? hahaha

O que vale dizer, é que quando me der uma sensação nostálgica, volto aqui para me confessar, ou vou correndo atacar os carrinhos do meu priminho (nem pra nascer menina, né Guilherme?).

27 de julho de 2008

ACABOU

Acabou.

Foi-se mais uma temporada de férias (sic)

22 de julho de 2008

chá das cinco - a little bit

Um remorso de amor: nada mais do que simplesmente amar 'êne' coisas e fazer outras 'êne²' coisas para agradar alguém que ama, ou outrem que não se pode amar. (ou ainda, outro que não se ama, e que ama as 'n' coisas que seu ego se deu ao trabalho de realizar.)


Eu simplesmente quero fazer tantas coisas ao mesmo tempo que acabo por não saber o que

1. eu quero realmente fazer;

2. o que agrada aos outros e sou contrafeita;

3. adoça meu ego;

4. são atividades que eu faço só pra dizer pro cara da carteira ao lado 'olha que legal, eu já fiz isso'.

Simplesmente listarei tudo que quero fazer - tudo que é prioritário, que dá tempo, e tudo é capricho - e descartarei os supérfluos para parar com aquela tortura que corroe o cérebro


- Sua inútil, quando você vai criar coragem e fazer isto?




Para um novo semestre, mais uma nova revolução!

E tudo isso ocorre pelo simples fato de que as férias acabaram e eu sequer tive tempo de lavar meus tênis!


8 de junho de 2008

Acessórios e cia.

Eu odeio bolsas! Nunca gostei delas.
Eu só tenho uma! Uma de Portugal, que o meu pai me deu quando eu tinha uns dez anos - ela é cheia de estampas; a primeira coisa que pensei quando ele me deu foi 'aff, que baiano' (afinal, ele não é uma das pessoas mais modernosas que eu conheço) -, mas só comecei a usá-la há uns dois anos, quando eu abri o guarda-roupa e falei 'uou, que psicodelia'.
Enfim, minha mãe sempre fala:
- Pega a bolsa (preta*) pra sair com essa roupa!
(dourada, vermelha, rural, transversal, roxa, prata, aquela *glam* - que na verdade parece de prostituta -, et cetera.)

Já deixei de ir a festas de 15 (inclusive no hotel Caesar Park) por ter que usar roupas de gente chique, salto, maquiagem, BOLSAS, e por não poder pegar um monte de canapés quando o garçom passa (aliás, eles não servem pra nada, pois têm gosto de isopor e são caros pra dedéu), e nem de arrotar a champagne vinda do ponche. E muito menos por não lamber os dentes quando você come o jantar e sente um monte de resto de comida nas bochechas.

Que grande bosta é ser grã-fino.

27 de maio de 2008

Viagem

Corri para o embarque, como todos os outros. A gente sempre tá atrasado.

Apesar que no vestíbulo do saguão de entrada, poderia-se pegar o próximo sem taxas, só com custos adicionais no meu preciso tempo.

O embarque na plataforma "B" a que fui destinada ocorreu muito bem. E começou a viagem tão marcante: aquela tremedeira inicial, seguida por um barulho metalizado dava um calafrio; e durante a descida, só sentia meu corpo a cair enquanto estava em pé. Os instantes finais eram incertos, já que falhas catastróficas acontecem. Olhar para o alto disparava a emoção de ver por onde passei, e por tão alto viajei.

Finalmente estou no solo, piso no chão e sigo correndo atrás do ônibus. Obrigada pelos seus serviços, escada rolante.

2 de maio de 2008

Crescer

O amadurecimento pode ter várias fases...

Não! Eu estou começando essa postagem de forma errada. Já há mais de cinco rasuras na folha e as idéias relampejam; e assim como os relâmpagos, elas batem e sobem pro lugar de onde vieram.
O "primeiro de tudo" é que eu não sou mais eu. Difícil entender se isso se chama amadurecimento, ou então, é o meu lado imaturo e, conseqüentemente, mimado, que não me deixa acomodar numa rotina - trazendo a ânsia de que tudo que eu faço tenha gosto de arroz com milho.
Curioso, meu sistema digestório nunca digeriu arroz com milho. Posso até comer arroz e depois milho (ou vice-versa), mas arroz com milho é na certa mais uma passagem garantida no meu histórico hospitalar.

14 de março de 2008

Limão

Este momento pode ser definido como um limão. Daqueles bem azedos :S

A publicação não veio para superar qualquer outra abaixo. Simplesmente bateu a possibilidade de algo reconfortante enquanto estou ouvindo Radiohead e vendo as fotos da minha viagem de férias. Essa viagem foi um grande divisor de águas, e eu só percebi isso hoje, precisamente agora!

Hoje foi um dia tão comum, mas tornou-se tão especial, por eu poder perceber coisas que estão sob minhas narinas, e que a gente sempre demo-o-ora para notar que elas estão ali, vivinhas, e acontecendo.
São momentos que não irão mais se repetir, tornando-se cada vez mais distantes, mais envelhecidos, distorcidos - como uma madeira velha. Eu detesto essa sensação de que 'passou-se e nunca mais retornará'; E em 2008 estou a sentir que deveria ter vivido mais em 2007, ficado mais com o meu amigo que partiu, com os meus amigos que felizmente ainda estão aqui, e ter aproveitado mais e mais. Deveria ter amado mais meu pai, que a cada dia vejo que estou cada vez mais liberta do, e que está cada vez mais distante de mim.

Argh! Bem que me avisaram que eu ia ficar velha e ranzinza, e chateada por não ter aproveitado! Ainda bem que eu estou só ranzinza por enquanto. Vou tentar desligar esse computador, como tenho feito durante todos os dias muito mais proveitosos sem ele, e dormir.
* - Desculpe-me por ser tão desconexa e radical, é que esse é o meu jeitinho orgulhoso de ser.

20 de fevereiro de 2008

8 de fevereiro de 2008

Brincando de cineasta

Aconteceu antes de anteontem (!). Daria o enredo de um bom filme cult. Cult trash, ainda por cima. Foi mais ou menos assim:

Explosão.
Um estrondo entre uma estação e outra do metropolitano anunciava o nhenhenhê que estava por vir. Após trinta segundos, o metrô volta a funcionar e eu desço na estação seguinte para tomar o ônibus de sempre. Corro enquanto vejo que o ônibus havia saído do terminal. Felizmente, não fui só eu que fiz o motorista parar.

Acabei ficando irada com ele: enquanto todos nós subíamos, o maldito estava a acelerar, dificultando a subida que virou empurra-empurra, e ainda por cima, ele fechou a porta deixando o braço de um senhor para fora.
Uma mulher vestida de branco, tão indignada como todos nós, mas com muita mais voz que qualquer um, começou a adverti-lo e a dizer que denunciá-lo-ia à empresa. A abordagem dela foi grosseira, e ambos perderam a razão ao erguerem o tom de voz e trocarem xingamentos bem baixos. Quando finalmente a catraca foi liberada para sua passagem, a mulher - enquanto passava - resmungou:
- Ah, tinha que ser nordestino, mesmo!


Ela cortou o fio vermelho ao invés do fio verde da bomba, foi como jogar uma bomba atômica no túmulo do Ghandi, como lavar blusa preta com água sanitária.

(Para quem não sabe, Guarulhos é um ímã de nordestinos)

Então um passageiro nordestino que estava já sentado começou a discutir com a mulher. Depois, além de levarem pelo lado pessoal, o senhor que ficou com o braço para fora interveio, dizendo que o motorista estava fazendo um favor, e que não havia motivos para reclamar. Outro homem alegou que quando um favor é feito, ele deve ser bem feito como qualquer outra tarefa. Então todo o ônibus ficou borbulhando, com todos eles brigando e interagindo, defendendo pontos de vista, discutindo, tensos, e eu ali, observando.

Imaginei o roteiro de um filme, todos eles presos no trânsito da Marginal Tietê, numa noite quente, e discutindo bravamente, até que, por fim, a barraqueira desceria e restariam no ônibus somente o motorista e o protagonista-neutro. Não sei qual tema a discussão principal abordaria, e nem sei qual seria o fim ou a lição de moral.

A única coisa que sei, é que quando eu estava para descer, quase gritei "E vocês tinham que ser uns merdas de uns GUARULHENSES para arranjar uma discussão tão ridícula como essa". Mas achei melhor ficar na minha e descer sossegada.

-*-

No fim, acho que tudo isso foi fruto de botarem os brasileiros para trabalhar numa sagrada terça-feira de Carnaval. Tsc, tsc...