3 de novembro de 2007

congélito

Estava deitada no chão do meu quarto, os livros de história jogados ao lado. O estado cômico em que se encontravam, todos abertos; dispersos, mostrava o desprezo pela prova que me espera na próxima segunda-feira. Em cima da poltrona, o celular recarregando a bateria, e no ouvido, o fone tocando "I don't wanna miss a thing".

Incrível o poder de flashback que essa música exerce na minha cabeça. Lembro-me de momentos que nunca mais se repetirão - nem que eles inspirem outros, não terá volta -, e fico triste por lembrar de alguém que paralisou seu mundo naqueles momentos.
Recebi uma mensagem dessa pessoa contando-me que sua cadela, que há doze anos atrás brincava com a gente, havia falecido. Fiquei mais triste pela desolação em que se encontrava. Após alguns obstáculos que coincidentemente passamos na mesma época, eu sobrevivi - mas ele ficou.

Ele entregou os pontos, agora tem medo de viver, foge de tudo e congelou a sua vida, vivendo agora só de memórias. Isso piorou agora, com a ida da única acompanhante de sua realidade.
É engraçado passar em frente à casa dele - onde criamos momentos especiais e ali os nossos pensamentos acordaram em nunca esquecermos um do outro. Quando lá passo, vejo a mesma planta com o mesmo aspecto no mesmo lugar, o mesmo vidro da porta trincado, a mesma cor palidecida na parede... Até que eu fujo daquela calçada, com uma pontada de dor no coração.

4 comentários:

Maurício disse...

Nossa Luh, vc escreve bem.

Nobody Go. disse...

Ah... vc gosta de cachorros?

Anônimo disse...

Jah pensou em escrever um livro Louuu?????

Anônimo disse...

ele ficou, nós fomos, existe alguma ponte que nos interligará?